MINHA VIDA, MEU LEGADO – Carla Zanin

Um dia, seremos as flores que caem após seu esplendor. Um dia, seremos a casa
abandonada que tanto abrigou famílias e amores. Um dia, seremos uma história contada
ao fim de tarde entre amigos. Entretanto, é falho pensar que esse será um momento de
decaída, que será nosso fim. Afinal, se hoje formos flores esplendorosas, amanhã
estaremos na memória de quem nos cultivou. Se nesse momento, formos casa, lar e
aconchego, todos aqueles que desfrutam da nossa hospitalidade, se lembrarão com
carinho de como é se sentir em casa ao tocar outra alma humana.
Por isso, quando o Sol não raiar sob meu rosto e as estrelas ficarem um pouco mais
próximas da minha dimensão, quero ser lembrada como a brisa que sopra e acalma a
todos após um longo dia. Quando tudo que sou, se resumir a tudo que eu fui, quero ter
a consciência de que vivi intensamente cada segundo que foi concedido a mim. Quando
tudo acabar, quero ter a paz de ter amado todas as pessoas que fui destinada a amar,
ter transformado em realidade os sonhos que nasci para implementar e possuir a
certeza que evoluí até transformar-me na pessoa que nasci para ser.
Mas, enquanto esses dias não chegam, quero ser luz na vida daqueles que convivo,
quero lutar pelos meus objetivos e encarar da melhor maneira as situações. Afinal,
legados não se constroem em momentos grandiosos, mas sim a cada instante destinado
aquilo que temos fé. Pois, certamente, já deixamos rastros de quem somos na vida
daqueles que nos cercam e, assim como nós os cativamos, eles também estendem
parte de quem são sob nós.

CLEO Carla Zanin
LEO Clube Tapejara