Um livro está disponível para venda, mas em apenas um idioma. Pessoas do
mundo inteiro têm a oportunidade de comprar ele online. Todos estão em posição de
igualdade de ter condições de comprar o livro, mas apenas aqueles que entenderem
o idioma irão compreendê-lo. Agora, imagine que esse mesmo livro estivesse
traduzido em diversos idiomas. Todos poderiam adquirir suas respectivas versões,
pois lhes foram conferidas as condições para tal. Assim, todos teriam a
oportunidade de desfrutar da mesma experiência, à sua maneira. E decerto este
seja o pensamento que temos que alinhar para o nosso futuro.
Quando assimilamos que um dos maiores problemas mundiais é a
desigualdade, imediatamente associamos que a solução esteja no antônimo
correspondente: igualdade. Mas, na real, entendemos tudo errado! Agora tem sido
um processo para percebermos isso.
Se na sua família você tem estilo de se vestir diferente do seu pai, gosto
musical diferente da sua mãe e estuda outra área que sua irmã, igualar todos vocês
a se vestirem apenas de um jeito, ouvir apenas um estilo de música e colocar vocês
a estudaram apenas uma área, poderia até ser justo, mas tiraria toda a beleza singular
da personalidade que os torna humanos. Onde poderíamos apreciar aquilo que nos
torna únicos em uma sociedade padronizada? Pois não é fato que somos diferentes?!
Então como valorizar a todos na medida de suas particularidades? Esta certamente
não é uma resposta fácil, visto que nem a igualdade conseguimos atingir.
Porém nem mesmo a igualdade se torna justa se, por exemplo, baseamos
processos seletivos enraizados na meritocracia quando nem todos tiveram as
mesmas oportunidades e condições de estudo. É a história do livro em apenas um
idioma que se repete.
Estamos acostumados a buscar soluções que seja comum a todos, mas
enquanto LEO, uma entidade que preza pelo crescimento e harmonia social, e
também enquanto indivíduos expostos e inseridos nesse meio, necessitamos
enxergar que a equidade é o melhor caminho para vencer barreiras e deixar a
sociedade numa equivalência de bem-estar, e isso nem sempre vem aplicando o
mesmo método a todos, como elucidado na questão da meritocracia. Para cada
problema que se encontra no guarda-chuva da desigualdade, seja ele, desigualdade
econômica, de gênero, política ou de direitos, apesar de haver uma disparidade muito grande para
ser vencida de um dia pro outro, ao propor as soluções, não podemos
perder a essência de cada um, porque se perdermos, o que nos faz realmente ser
humanos?
Quando projetamos e aplicamos nossas ações e campanhas, na melhor de
nossas intenções, reflitamos sobre isso, sobre preservar a excentricidade e
autenticidade de cada um, e busquemos, com pequenos ou grandes atos, essas
mudanças que, mesmo que pareçam imperceptíveis de cara, logo estarão na noção
geral de cada um, assim como o ponteiro que marca as horas em um relógio. Assim,
aos poucos, nos distanciaremos do costume de buscar soluções comuns a todos e
proporcionaremos a oportunidade de que todos aproveitem a mesma experiência, à
sua maneira.
Assim seja!
CLEO Giulia Maia Cittolin
LEO Clube Ilópolis
Distrito LEO L D-7